terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Nada é o que parece

Depois de nove longas horas num vôo classe econômica, chegar a Lisboa com um dia de sol e um tempo ligeiramente frio – cerca de 12 graus – parece o paraíso.  À primeira vista é uma cidade bonita, misturando o velho e o novo de forma harmoniosa e, também, parece bem cuidada e com um trânsito tranqüilo – pelo menos no horário em que chegamos perto de 11h30 da manhã. Isso, pelo menos para um juiz-forano, já é um alento. Mas são só as primeiras impressões. E, como um primeiro dia, nem tudo parece confirmar as informações que temos sobre a cidade e o país.
Conhecemos, rapidamente, uma região onde figura a enorme estátua do Marques de Pombal – que direciona o seu olhar para chamada Baixa – área reconstruída por ele após o terremoto de 1755. Ali prédios velhos e novos se misturam, pegamos um metro (sem acento e é assim que se pronuncia) e se chegamos ao Centro Comercial Colombo – um shopping moderno, arrojado, e pasmem LOTADO de gente fazendo compras. Começam as perguntas: se há crise, se há desemprego por que tantas pessoas comprando? Parece que como acontece em qualquer lugar onde impera a sociedade do consumo, aqui também o Natal parece esconder a fria realidade da falta de dinheiro e outros problemas.
Centro Comercial Colombo - Natal animado


Nos jornais, a briga entre políticos e sindicalistas é grande. Uma declaração infeliz do primeiro ministro Passos Coelho aos professores desempregados que podem encontrar no “mercado de língua portuguesa uma alternativa ao desemprego no país” deixou o secretário geral da Federação Nacional indignado. Ele sugere que o primeiro ministro vá governar outros países, outros povos. Aqui, o funcionalismo público não vai passar um Natal muito bom: os cortes começam no 13 salário de todos que, este ano, não virá.
Apesar disso, os shoppings estão cheios e a população lota as lojas. Os preços, muito semelhantes ao Brasil, quando fazemos a conversão. Ou um dia só não dá idéia da dimensão da crise em que o pais está ou os portugueses ainda não perceberam a dimensão do problema.
E, apesar de termos a mesma língua, nosso entendimento e denominação de lugares e coisas é totalmente diferente: ônibus é autocarro, trem é comboio, bonde é elétrico, estacionamento é parque, camisa social de homem é camisola, calcinhas são cuecas, carona é boleia e se você quiser se manter antenado use a expressão fixe que significa legal, maneiro, etc. (expressão de origem africana)
Vai entender, não é? Nem nós brasileiros a eles, nem eles,  portugueses, a nós.
A foto é só para se ter uma ideia do centro comercial

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